Variety: Caitriona Balfe e Matthew Roberts falam da decisão da Claire em ‘Do No Harm’

  • 12 de novembro de 2018

Alerta de spoiler: Não leia se você ainda não assistiu “Do No Harm“, o segundo episódio da quarta temporada de Outlander.

No segundo episódio da quarta temporada de Outlander, os roteiristas da série receberam a tarefa de condensar o período de Jamie (Sam Heughan) e Claire (Caitriona Balfe) em River Run em um episódio de uma hora de duração. Obviamente, eles encurtaram a permanência de três meses mostrada no livro Tambores do Outono, mas também pegaram um incidente relativamente pequeno com um escravo chamado Rufus (Jerome Holder) que agrediu um homem branco na madeireira e o transformou no ponto focal para estabelecer o local de Jocasta (Maria Doyle-Kennedy) no mundo e por que o Jamie e a Claire não podiam ocupar esse mesmo espaço.

Na série, Claire tentou salvar a vida de Rufus, após as figuras brancas e masculinas da autoridade o amarraram com um gancho de carne. Ela foi bem sucedida momentaneamente, podendo leva-lo de volta para a casa e tratar alguns de seus ferimentos, mas, por fim, percebeu que ela não poderia realmente salvar Rufus, não nesta época e neste lugar. Tudo o que ela podia fazer era fornecer algum conforto a ele através de uma morte tranquila, antes de entregar o corpo dele sem vida para a multidão enfurecida que se reuniu do lado de fora da casa de Jocasta.

Acho que ela estava tentando fazer o melhor que podia em uma situação realmente horrível e, ao salvar o Rufus por impulso e o trazer para a casa, ela, na verdade, causou um problema maior,” Balfe diz à Variety. “Então, quando confrontada com essa multidão, ela acabou ficando com uma decisão horrível a tomar, você dá esse jovem garoto para a multidão para que eles possam fazer o que quiserem com o corpo dele ou você tenta dar a ele algum tipo de fim digno?

Balfe admite que esses tipos de cenas são “sempre muito difíceis,” mas ela sente que a equipe de produção fez o melhor para lidar com um assunto tão delicado com muito cuidado.

Houve muitas discussões. Nem sempre concordamos em como ela deveria ter sido gravada, mas acho que conseguimos chegar a um ponto em que todos achavam que ela foi feita de maneira respeitosa,” ela diz.

Ela também reconhece que uma situação como esta pode ser difícil de ser retratada na televisão, pois, de certa forma, está sendo filtrada pela lente do “salvador branco”. Claire estava tão determinada a “não causa dano” que ela “agiu de forma imprudente, por causa disso,” Balfe diz. Mas ela ficou feliz em ver Rufus conseguir um pouco de função na história, também.

Ele pode contar a história dele. Contamos muitas histórias da perspectiva dele, o que eu acho muito importante, dar voz a esses personagens,” Balfe nota.

Para contar a história com precisão, o produtor executivo Matthew B. Roberts diz que a equipe de produção “consultou vários historiadores e relatos históricos.” Mas, o fato da Claire e dos telespectadores passarem por esses eventos com a perspectiva de mais  de 200 anos no futuro, as “violentas atrocidades e a própria instituição da escravidão são ainda mais difíceis de aceitar.

“No fundo, a Claire é uma cirurgiã e uma mãe e o primeiro instinto natural dela é sempre ajudar qualquer pessoa necessitada e, para isso, ela sente a responsabilidade de salvar aqueles que pode, diante da realidade dessa chocante prática,” Roberts explica.

Roberts também diz que eles deram “voltas e voltas” na sala dos roteiristas sobre quanto tempo eles deixariam o Jamie e a Claire em River Run, decidindo, por fim, que eles precisavam fazer uma visita curta, mas “muito pessoal”, para que pudessem levar a história a diante.

A decisão é, ‘Podemos viver aqui, podemos fazer deste lugar o nosso lar com isso ao nosso redor? Com a escravidão à nossa volta?’” Roberts diz. “E a Claire define o jogo logo de cara, ‘eu nunca poderia ser dona de outra pessoa’. E o Jamie está com ela nisso.

Já que isso era tão claro e definitivo, Roberts não achou que eles precisavam passar mais tempo em River Run. Em vez disso, ele queria continuar adiante para mostra-los começar a construção da casa deles no Fraser’s Ridge.

Tentamos mostrar [a permanência deles] em três meses, mas não daria certo para nós na narrativa para a TV. Então, decidimos que a tornaríamos o mais pessoal possível para eles, deixaríamos isso muito claro e, basicamente, sairíamos daqui,” ele diz.