Marie Claire: Caitriona Balfe e Sam Heughan falam de ‘Outlander’, a agenda louca deles e seus fãs

  • 05 de novembro de 2018

A seca de Outlander finalmente acabou! Na noite passada, a quarta temporada de Outlander estreou na Starz (e na Fox Premium), trazendo o Jamie e a Claire (e todos nós) para a Carolina do Norte, onde conhecemos um novo vilão, presenciamos uma morte chocante (ou duas) e recebemos o presente de uma cena de amor de Outlander. Mas antes da estreia do episódio, a Marie Claire conversou com Caitriona Balfe e Sam Heughan durante um dia de entrevistas em Los Angeles. Sam estava apenas dando um tutorial do Instagram Stories à Caitriona entre as entrevistas (“Estamos bem, só estou ensinando a Caitriona sobre o Instagram stories,” Sam disse. “Porque eu sou completa avessa às inovações tecnológicas e não faço ideia [como funciona],” Caitriona explicou.) antes de eu chamá-los para discutir a nova temporada, a agenda louca deles e o planejamento do casamento.

Esta temporada parece ser sobre o lar e a família. O Jamie e a Claire estão construindo o primeiro lar verdadeiro deles juntos. O que essa ideia de lar significa para cada um dos personagens?
Caitriona Balfe:
Bem, para a Claire, acho que quando a vemos com o Jamie no início da temporada, eles estão nessa situação precária em que eles chegaram à América, praticamente não têm um centavo, a primeira ideia de Jamie, acho, é tentar encontrar uma passagem de volta para a Escócia. Mas para a Claire, a América está muito no sangue dela, ela passou 20 anos morando lá, ela criou a filha lá. Para ela, há uma verdadeira atração a esta terra. Então, ela tem esse desejo, imagino, e no início ele está um pouco escondido, mas esse desejo de ficar e tornar a América o lar dela.

Sam Heughan: É, o Jamie obviamente está procurando construir essa nova casa para as pessoas, pois ele vê a oportunidade na América, mas também está ciente das armadinhas que existem lá. Eles estão lidando com essa terra e há muitos perigos e muita política também. Mas, para ele, é uma boa oportunidade e uma oportunidade de ter um olhar atento ao que a América está prestes a se tornar. E, na verdade, na vida da Brianna e no futuro.

Qual é a definição de lar para vocês? O que o lar significa para vocês?
CB: 
Ai Deus, nossa. Acho que eu sou uma antiga cigana, sabe, acho que nós dois finalmente compramos casas aqui, mas eu provavelmente passo menos tempo nela do que nos hotéis. Então, para mim, particularmente, lar tem que ser sobre as pessoas, pois acho que mudo de lugar com tanta frequência. Mas tenho muita sorte de ter um grupo de amigos incrível e alguém muito importante na minha vida, então acho que isso é o que lar é para mim.

SH: É. E no momento, estou passando seis meses longe de casa, mas na verdade, não, essa é outra maneira que percebi que a Escócia se tornou meu lar. Então eu realmente gosto de voltar lá e acho que é, provavelmente, por eu ter sossegado e comprado uma casa onde eu posso desfazer as malas. Então é ótimo. É ótimo ter um lugar para voltar e tenho sorte de também trabalharmos lá.

Muito da série, como vocês diziam, é sobre a família e, na quarta temporada, vocês tem essa mistura incrível de filhos biológicos e filhos adotivos. A sensação de família é tão autentica. De onde vocês tiram a inspiração para isso?
CB: 
Eu venho de uma família muito grande, então sempre houve centenas de crianças por todo lugar. Acho que é uma coisa legal poder explorar esse lado maternal. Não acho que necessariamente você tem que ter filhos para entender instintos maternais ou paternos e tem sido muito legal explorar esse lado dos nossos personagens nesta temporada.

SH: Acho que essa deve ser a primeira figura paterna que eu já interpretei e, particularmente, é algo que eu pensei no início, “Meu Deus, eu não sei nada sobre isso,” mas eu não sei mesmo, é estranho, tipo, mesmo mais pro final da temporada, interpretar o pai de alguém que está crescido e mais velho, Sophia [Skelton, que interpreta a Brianna], foi uma experiência muito interessante. Você sabe o que significa ser pai e acho que essas são as perguntas que o Jamie se faz bastante nessa temporada também.

Certo e eu tenho certeza que vocês conhecem o elenco há tanto tempo, vocês devem se sentir como uma família, se unindo temporada após temporada.
SH:
Sim, somos como o casal de velhos casados.

CB: Somos a vovó e o vovô da gravação.

SH: Quero dizer, agora é bem legal, mas somos uma grande família e isso é importante, pois temos uma programação longa de gravação e em condições difíceis, então isso faz você se aproximar de todos e temos muita sorte, pois temos uma ótima equipe e elenco e acho que aquele tipo de familiaridade e humor diário. Sem esse tipo de coisa, não seríamos capazes de passar por isso.

Algo que todos amam desde o início da série é a paixão entre esses dois personagens. Nesta temporada ainda há muito disso, mas parece mais calmo, um pouco mais suave. Isso é intencional? O que isso significa para o relacionamento deles?
CB: 
Bem, acho que o que tem sido muito interessante em poder interpretar esses personagens nesta temporada é que podemos explorar a dinâmica do que é um relacionamento maduro. Sabe, ninguém vive com aquela paixão de se apaixonar pela primeira vez. Mas há algo mais profundo e muito mais sólido no relacionamento deles nesta temporada e até mesmo com esses momentos tranquilos de domesticidade e de ver o Jamie e a Claire criarem este lar e construir esta casa. Há muito valor nesses pequenos momentos, tanto quanto em algumas das cenas de amor mais épicas. E sabe, acho que agora é provavelmente o mais contente e o mais sossegado que vimos esse casal.

Nesta temporada, os personagens são apresentados aos nativos americanos e aos escravos. O Jamie para ter uma perspectiva moderna e sensibilidade em relação às pessoas que eles conhecem.
SH: 
Ele certamente é um homem do tempo dele e está ciente das complexidades de mudar a forma como as pessoas agem naquela época. Ele não está confortável com a escravidão e certamente vê os paralelos e entende a situação que os nativos americanos estão, com certeza. Acho que a Claire rapidamente o muda, explica para ele e prova que existem outras maneiras de fazer as coisas. E isso sempre foi o tipo de chave no relacionamento deles, ela mostrar a ele outro lado, outro jeito de fazer as coisas e ele é muito rápido em concordar com isso, certamente. Então, ele sabe que isso causará problema e certamente causa, mas ele é muito avançado, acho que é provavelmente por isso que eles se dão bem.

E a Claire, qual é a perspectiva dela? Especialmente vindo do futuro?
CB: 
Bem, acho que a Claire veio de 1968, que é o auge do movimento pelos direitos civis. Acho que ela é uma pessoa extremamente liberal, uma pessoa avançada, que vê todas as pessoas como iguais. Então, para ela, retornar a esta época, é realmente muito chocante. Acho que ela sabia o que esperar nesse sentido, ver a escravidão em primeira mão, ver o deslocamento dos nativos americanos, mas acho que só de estar lá e, de certa forma, ser cúmplice disso é algo realmente perturbador para ela e é por isso que ela não pode ficar em River Run.

Mas em termos de como o relacionamento deles se desenvolve com os vizinhos Cherokee, sabe, é uma faca de dois gumes. De um lado, eles formam esse grande vínculo, especialmente a Adawahee e a Claire, elas se tornam bastante próximas, mas, ainda assim, eles estão se estabelecendo em terras que são, necessariamente, terras Cherokee. Então, sim, é uma narrativa difícil, mas é uma narrativa da gênese da América como a conhecemos hoje.

Isso. É interessante, pois menciona muitos eventos atuais e o que está acontecendo nos EUA no momento.
CB: Bem, é, infelizmente essas questões ainda entram em jogo nos dias de hoje.

A série tem muitos fãs dedicados, o que significa que vocês dois foram submetidos a muita critica deles ao longo dos anos, do que vocês vestem a como o seu cabelo está, como isso faz vocês se sentirem?
SH: 
Não, os fãs são muito apaixonados e certamente se há uma propriedade com esses personagens, mas é porque eles são um conjunto de livros e as pessoas os leem e criam esses personagens na mente deles. Sabe, estamos retratando um lado disso ou a nossa interpretação disso, acho que existem muitas versões diferentes. Mas sempre tivemos sorte de os fãs realmente nos aceitarem e, no geral, estarem genuinamente entusiasmados e gostarem do que fazemos e, na verdade, é bem legal para mim. Quando fazemos algo errado, também, eles não se seguram.

CB: Sim, tipo, há tanto bem no fandom. Acho que você pode estar se referindo a um pequeno número de pessoas que gostam de reclamar das coisas, mas isso acontece em todos os fandoms e acho que você não pode ter o bom, sem também ter o mau e acho que nós dois nos sentimos muito sortudos. Quero dizer, a paixão que esses fãs têm e a generosidade deles continua a nos surpreender. E sabe, sem a paixão e sem o envolvimento intenso deles na série, não teríamos empregos. Então, acho que somos incrivelmente gratos.

Algum de vocês recebe mais críticas do que o outro?
CB: Sim.

Qual dos dois?
CB: 
Tipo, alguém não faz nada de errado, mas eu não acho que seja eu.

SH: Acho que alguns fãs veem o Jamie como uma espécie de personagem idealista e sabe, a Claire… eles todos são a Claire, acho, ou querem ser, não sei, mas…

CB: Acho que se eles pudessem derrubar a Claire e se tornarem ela…

SH: Acho que há momentos em que todos nós queremos derrubar a Claire.

CB: Espera, espera, o que você quer dizer?

Vocês dois estão gravando filmes durante esse intervalo e fazendo tanta divulgação para essa temporada, vocês devem estar exaustos. E deve ser estressante… Como vocês lidam com isso?
SH:
Temos muita sorte, sabe, a série nos deu muitas oportunidades para fazer outras coisas e, na verdade, esse intervalo de Outlander nos permitiu fazer outras coisas. E acho que é muito importante para nós, estamos fazendo a série há 5 anos e pensando em fazer mais algumas temporadas, o que estamos muito animados, mas poder fazer outras coisas mantém tudo original para todos nós e permite que você alongue os músculos e continue a trabalhar o seu ofício. E acho que isso só beneficia a série também. Então tem sido bom, sabe, e obviamente teremos que dormir…

CB: Como a minha mãe costumava dizer, “Você pode dormir quando morrer.” Naquele jeito irlandês realmente otimista.

E Caitriona, você vai se casar em breve, está certo?
CB:
Bem, assim que eu planejar, sim.

SH: Eu também ofereci os meus serviços para organizar o casamento dela, mas ela ainda está pensando nisso.

CB: Sabe, Sam, casar em um bar parece ótimo, mas eu acho que os meus pais devem esperar algo um pouco mais sofisticado do que isso.

Você pode ser o sacerdote, Sam. Você pode ser o organizador do casamento e o sacerdote.
CB:
Mas você precisa tirar sua licença agora.

SH: Oh, preciso? Tudo certo!