Caitríona Balfe fala de suas raízes irlandesas ao Pittsburgh Post-Gazette

  • 13 de novembro de 2021

Em entrevista ao Pittsburgh Post-Gazette, Caitríona Balfe fala sobre Belfast, suas raízes irlandesas e a possibilidade de ser reconhecida pelo seu trabalho no filme, através de uma indicação ao Oscar de atriz Coadjuvante. Leia a entrevista traduzida a seguir.

Caitriona Balfe fala sobre Belfast, suas raízes irlandesas e sua surpreendente conexão com Pittsburgh

Os Confrontos eram inevitáveis ​​para qualquer pessoa que atingiu a maioridade na Irlanda ou na Irlanda do Norte do final dos anos 1960 até o final dos anos 1990.

Basta perguntar a Caitríona Balfe, uma das estrelas de Belfast, o novo filme semiautobiográfico do roteirista e diretor Kenneth Branagh que narra os esforços desesperados de uma família para manter uma aparência de normalidade no auge do conflito. O filme está sendo (foi) exibido na quinta à noite no Tull Family Theatre em Sewickley como parte do Three Rivers Film Festival, antes de estrear nos cinemas na sexta-feira (12).

Balfe cresceu na Irlanda e regularmente cruzava os postos de controle militares na fronteira para fazer compras com sua família na Irlanda do Norte, onde a violência era comum entre nacionalistas católicos e sindicalistas protestantes. Seu pai era sargento da Garda, o serviço de polícia nacional da Irlanda, e estava posicionado perto da fronteira.

Ela “lembra visceralmente” a frequência dos bombardeios durante os Conflitos, especialmente um na cidade de Enniskillen, na Irlanda do Norte, no final dos anos 1980.

Mesmo que eu não estivesse nisso, isso definitivamente fazia parte da trama da minha vida e teve um efeito nela“, disse Balfe ao Post-Gazette. “Não dá para crescer naquela época naquela região sem que isso seja uma presença importante em sua vida. Entender isso, sendo uma criança, o por que das pessoas estarem bombardeando lugares e matando gente na rua, molda sua compreensão da vida e do mundo.

A maioria das pessoas que estão familiarizadas com a atuação de Balfe a conhecem da série de fantasia histórica da Starz, Outlander. Em Belfast, ela interpreta Ma, a matriarca de uma família protestante pacifista no final dos anos 60, em Belfast. A história é contada a partir da perspectiva de seu filho, Buddy (Jude Hill), cuja família também inclui seu pai (Jamie Dornan), irmão (Lewis McAskie), avó (Judi Dench) e avô (Ciaran Hinds).

Balfe queria encontrar um filme em que pudesse trabalhar em sua Irlanda natal e o roteiro de Branagh para Belfast a convenceu rapidamente do projeto.

Muitas vezes, quando você recebe um roteiro sobre o norte, ele foca apenas na ideologia ou romantiza a violência ou de alguma forma tenta justifica-la“, disse ela. “Esta foi a primeira vez que li um roteiro que focava nas pessoas e no coração delas, na resiliência e no humor. Nem me fale em morrer de vontade de poder interpretar algo! Eu estava tipo, ‘Por favor, isso seria um grande privilégio e um sonho poder atuar nisso.’“.

No filme, Balfe mostra uma ampla gama de emoções, enquanto o mundo ao seu redor parece estar desmoronando, às vezes literalmente. A exuberância e a exasperação que ela expressa em igual medida “são coisas que eu entendo“, e ela se inspirou no amor que recebeu de sua mãe, enquanto elaborava sua performance.

Um dos elementos que tornam Belfast tão comovente é o quão autêntica a família parece. Balfe disse que no início da produção, Branagh colocou ela, Dornan, Dench e Hinds sentados em uma sala por três horas, enquanto ele os interrogava sobre como eles e seus pais teriam reagido a certas coisas.

Aprendi muito sobre Judi, Jamie e Ciarán de uma maneira muito pessoal e, da mesma forma, eles aprenderam sobre mim“, ela disse. “Eu não acho que daria para ter feito nada melhor para unir e criar laços com as pessoas… Isso acabou com qualquer um dos meus medos ou ansiedades sobre não ser boa o suficiente ou não ter experiência suficiente. Você simplesmente se sente muito conectado a essas pessoas.

Enquanto Belfast chega aos cinemas {dos EUA e Canadá) esta semana, Balfe espera que a “perda da inocência” e os laços familiares que ele retrata ressoem com o público em todo o mundo, incluindo Pittsburgh.

Espero que todos gostem!” ela declarou durante nossa entrevista, depois explicou que uma de suas amigas mais próximas é, como ela disse, “Pittsburghiana“. Ela adoraria que todos assistissem Belfast em um cinema.

Se pudermos fazer isso com segurança, é muito importante que voltemos a compartilhar nossa experiência de assistir com os outros, porque isso adiciona outro nível à experiência de assistir filmes“, disse ela.

Todo o trabalho árduo de Balfe pode ser recompensado com sua primeira indicação ao Oscar. O site de previsão de prêmios Gold Derby diz que seu desempenho é um dos três com a  maior probabilidade de receber uma indicação ao Oscar de atriz coadjuvante. Balfe está ciente dessa conversa e admite que, embora receber o amor da Academia seria “muito legal“, também é “tão arbitrário e distante que acho perigoso começar a pensar muito nisso.

Mesmo se a academia ignora-la em Belfast, ela ainda terá uma base de fãs extremamente apaixonada e firmemente devotada em seus sucessos profissionais.

Às vezes, sinto que tenho uma gangue de mães de artista que estão interferindo de uma maneira adorável fora de cena“, ela brincou. “É algo muito estranho, mas muito adorável. É realmente cativante e elas são as pessoas mais adoráveis.”