Parade Magazine: Caitriona Balfe fala sobre ‘Outlander’, casamento e seu papel em ‘Ford v Ferrari’

  • 08 de novembro de 2019

A estrela de Outlander, Caitriona Balde, de 40 anos, viaja para a década de 1960 para o seu papel de Mollie Miles, esposa do corredor famoso do automobilismo, Ken Miles (Christian Bale), em Ford v Ferrari (nos cinemas em 15 de novembro). O filme conta a história de como o projetista Carroll Shelby (Matt Damon) e o piloto Miles construíram um carro revolucionário para que a Ford competisse conta a equipe lendária da Ferrari na Le Mans, em 1966.

Este é mais do que um filme de corrida.

É um filme sobre amizades, trabalho em equipe e aquela paixão que faz de você quem você é. É sobre as pessoas que ajudam a facilitar isso.

Mollie e Ken têm um laço especial.

Ken é um homem que está por aí, correndo, mas ele não seria capaz de conseguir isso a menos que ele tivesse alguém que o ajudasse, apoiando-o. O trabalho em equipe que a Mollie e o Ken tinham era o do tipo que é preciso para alcançar algo grande.

O que mantém as cenas de corridas interessantes é que elas são intercaladas com as de Ken em casa com Mollie e Peter, o que acrescenta intimidade.

Durante algumas das pesquisas que eu estava fazendo, assisti a este incrível documentário. Na verdade, ele era sobre a Ferrari e a década que antecedeu esta época. Ele falava sobre quantos jovens pilotos da Ferrari haviam morrido no final dos anos 50 e meados dos anos 60, durante a época que a Ferrari estava se esforçando para obter essa excelência. Uma das melhores coisas deste documentário era que ele entrevistou tantas esposas e namoradas que viveram durante aquela época e que, infelizmente, perderam seus maridos ou parceiros.

Quando se em qualquer esforço que os seres humanos fazem que tenha um elemento de perigo, esquecemos das repercussões mais amplas dos objetivos deles ou das grandes coisas que eles tentam alcançar. Eles deixam famílias para trás. Todos os dias, quando eles saem e estão correndo, escalando montanhas ou qualquer uma dessas coisas que apresentam um elemento de perigo tão alto, a família ou as pessoas ao redor deles carregam o peso disso. Acho importante não se esquecer do papel que eles desempenham também.

Você conheceu o filho da Mollie e do Ken, Peter?

Tive muita sorte de conhecer o Peter verdadeiro. Não só tive sorte de passar um pouco de tempo com ele, mas ele me deu um artigo que a Mollie havia escrito para a revista Drive! falando sobre o primeiro encontro dela com Ken, mas Peter também me disse que ela também gostava de corridas. Ela era fã de corridas. Ocasionalmente, ela se juntava aos rapazes na pista de corrida. Portanto, é importante mostrar que isso era uma paixão para a família inteira, não era só a paixão de Ken.

A Mollie é muito diferente da Claire, de Outlander. A palavra “atrevida” veio à mente enquanto o eu a assisti.

Elas são mulheres muito diferentes, mas acho que a Mollie teve que sacrificar muito pelo sonho de Ken. Eles se mudaram da Inglaterra. Eles se mudaram para a Califórnia. Ela era totalmente uma mãe e uma esposa, mas eles eram uma equipe e era isso que eu amei nesse relacionamento. Acho que o que o [diretor] Jim [Mangold], o Christian e eu estávamos muito interessados em retratar é o trabalho em equipe que deve existir dentro de um casamento para que uma pessoa consiga conquistar algo grande.

Ela pode não ser a pessoa que está liderando este relacionamento, mas é uma parte essencial dele e vai querer satisfações do Ken. De certa forma, ela confia nele para tanto apoio e segurança, como muitas mulheres de sua geração confiavam. Então, se ele não fizer as coisas que prometeu e colocar a segurança dela e da família dela em risco, ela vai se certificar que ele não vai se safar disso.

Eu acho que muitas mulheres tiveram que fazer isso naquela época. Elas não eram os donas de seu próprio território ou não estavam no controle de seus próprios destinos. Elas uniam os destinos delas a esses homens e há uma responsabilidade nisso, também, na qual ela tem que garantir que ele cuidará dela como disse que cuidaria.

Tanto a Claire quanto a Mollie são mulheres muito apaixonadas por seus maridos e são correspondidas. Mas, também, esses dois homens respeitam as suas esposas. Isso é algo que você procura quando aceita um papel?

Eu procuro um bom roteiro. Eu ficaria feliz o suficiente em interpretar um tipo diferente de personagem que não tivesse isso, se eu dissesse algo sobre esta situação. Você sempre tem que ter um ponto de vista e sempre tem que dizer alguma coisa. De muitas maneiras, especialmente na época em que estamos, gosto de transmitir algum tipo de bem ao mundo. Mas eu fiquei muito atraída pelo roteiro e pela história. Na verdade, sou fã de corridas e sempre fui. Então esse também foi um elemento que, a meu ver, talvez não seja tão comum entre as mulheres, mas não acho que seja um esporte exclusivamente masculino.

Também há muito humor nele. Os momentos no set foram bons?

Jim é uma pessoa tão jovial, brilhante e enérgica e realmente deu o tom no set. Ele traz tanta energia, ele é engraçado e tem uma personalidade próspera. Foi ótimo, porque o Matt [Damon] é um dos caras mais pé no chão, mas engraçados, e Christian tem um lado tão engraçado e pateta em sua personalidade também. Foi realmente legal ver todos eles. Eu acho que todos gostaram muito de fazer esse filme, o que era muito evidente todos os dias.

A Mollie é britânica, mas tem um sotaque diferente da Claire. Você está ficando boa em sotaques?

Não acho que as pessoas de Birmingham pensariam assim. Foi divertido. Foi muito legal fazer algo diferente. Claro, Ken e Mollie são do subúrbio de Birmingham, portanto não é bem um sotaque de Birmingham. Mas foi legal fazer algo que era um pouco diferente e um pouco mais relaxado do que o sotaque da Claire.

Você está gravando a quinta temporada de Outlander. O que você ainda curte em interpretar a Claire?

A cada temporada que você começa, você não tem certeza de como será a experiência. Só de poder passar esse tempo com uma personagem, você tem uma compreensão e uma apreciação mais profunda por eles temporada após temporada.

O que torna Outlander original para você?

A coisa ótima em Outlander é que por não necessariamente ficarmos em uma época, e por ser uma fantasia épica, você consegue interpretar muita variedade de coisas o tempo todo. Então, parece que ela permanece original para nós, o que é muito incomum como atriz.

Você se casou neste verão – com o produtor musical Anthony McGill – e você conseguiu manter isso em segredo até que Sam Heughan, o seu “marido” de Outlander, postou uma foto. Como você está lidando com a fama? Você ainda consegue sair e viver a sua vida?

Muito. Acho que você cria a vida que quer. Primeiro, temos muita sorte de gravarmos na Escócia e os escoceses realmente não se impressionam com nada. Então eles não incomodam muito ninguém. Mas também acho que faço da minha vida normal muito simples. Tenho os mesmo amigos que eu tinha de bem antes da série.

Coisas ótimas vieram com a série. Todas as oportunidades, todos os benefícios e tudo foi maravilhoso, mas, ao mesmo tempo, além de, digamos, as liberdades e o trabalho extra, nada mudou muito em mim. Talvez seja por causa da idade que eu tinha quando iniciei a série. Mas acho que foi apenas positivo.

Jamie e Claire estão menos em A Cruz de Fogo, pelo menos no livro. Isso aumenta a sua disponibilidade de fazer outros papeis?

Quando estamos em produção, estamos em produção. Não podemos fazer outras coisas. Ocasionalmente, podemos sair por um ou dois dias para fazer divulgação do filme ou o que for. A produção tem sido muito boa ao permitir que Sam e eu fizéssemos essas coisas. Não estamos tanto nela; não estou em todas as cenas como costumava estar. Mas ainda estamos nela bastante, então você não tem a chance de fazer outras coisas durante a produção.

Você tem um papel dos sonhos que quer fazer?

É difícil dizer, porque acho que você não sabe até lê-lo, pelo menos para mim. Eu adoraria fazer algo diferente da Claire e talvez algo contemporâneo ou alguém que seja bastante diferente. Mas não saberei até ler.

O que você mais ama na sua vida?

Se eu analisar esse ano daqui alguns anos, ficarei tipo, “Uau, foi um ano tão bom. Tantas coisas ótimas aconteceram.” Quando você mantém um pouco de equilíbrio, é sempre bom e sinto que este ano foi bem equilibrado. Não é sempre que você está em um lugar feliz com a sua carreira e com a sua vida pessoal ao mesmo tempo.